quinta-feira, 26 de dezembro de 2024














                                        Enquanto isto, os cabras de Lampião se acoitavam para o lado da Ponta da Serra, no Monte Alegre da Bahia, tendo, antes, passado em Bonsucesso e comprado, na Venda de Pedro Paulo, para si, coiteiros e a pobreza, o mantimento que podiam carregar, pois só roubavam de quem se mantos arredio ou com cara d’alcaguetes.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

          



                            Lampião, foi ele assassinado, Lampião? Foi não, aquilo ali de Piranhas das Alagoas, é papo. Lampião morreu na cama dele. Foi tudo propagana do governo pra não ficar desmoralizado. Capitão, capitão. O Angico de Sergipe não te viu fechar olhos, muitos menos, os teus, Maria Bonita, a Rainha do Sertão! Canga, o cangaço, de ti, vem e muito se orgulha. Vem para o sertanejo  salvar do coronel,  a tirania. E tu cang’amiga, montas de bois o pescoço pra puxar o carro gemedor e o de comer trazer pru sertanejo.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

         




        O safado do Honorato, o Antônio Honorato da Silva, traidor da classe, deu três tiros, na boca, na nuca e na cintura. De tanto saber atirar Virgulino virou Lampião.

                 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

                



         


              Me doe, me doe. O que estava acontecendo? O doente era eu, e cheio de razões, não sabia. Coiteiro, ele era amigo de Lampião, mas também de matador de cangaçeiros, porque, dizia,  Lampião não era cangaceiro. Não roubava de graça, sim de vingança, não roubava de pobre, sim de rico. Presenteava o coiteiro, sua família, protegendo-a de jagunços e dos arruaceiros. Não aparava crianças com punhal. Nem fazia ninguém dançar nu.

domingo, 11 de agosto de 2024

 






            Ai que saudade,  candeeiro, do cheirinho do gás, das sombras na parede, tio Cândido fazendo medo, das histórias, a seu pé. Tio Pedro lendo o ABC de Pedro Malas-artes, a pulga mordendo a gente na virilha, o cachorro bufando e expulso da sala, a velha da trouxa pedindo esmola, a gente, de manhã no chiqueiro dos bodes, curar bicheira e soltar na capoeira! Primeira vez na casa de Tio Cândido no Lagedo Alto, deixa o vai chover, se molhar e pegar um resfriado. Sodade, dizia, quando morrer. Queria ir pru céu forrado de nuvens de samambaias, cheio de anjos de cara redonda e cabelos como as samambaias caídas do pé margoso. Queria que lá tivesse licuri para quebrar e tomém para cozinhar é muito milho pra fazer fufuta e comer com rapadura.