Ai que saudade, candeeiro, do cheirinho do gás, das sombras na parede, tio Cândido fazendo medo, das histórias, a seu pé. Tio Pedro lendo o ABC de Pedro Malas-artes, a pulga mordendo a gente na virilha, o cachorro bufando e expulso da sala, a velha da trouxa pedindo esmola, a gente, de manhã no chiqueiro dos bodes, curar bicheira e soltar na capoeira! Primeira vez na casa de Tio Cândido no Lagedo Alto, deixa o vai chover, se molhar e pegar um resfriado. Sodade, dizia, quando morrer. Queria ir pru céu forrado de nuvens de samambaias, cheio de anjos de cara redonda e cabelos como as samambaias caídas do pé margoso. Queria que lá tivesse licuri para quebrar e tomém para cozinhar é muito milho pra fazer fufuta e comer com rapadura.