quarta-feira, 29 de agosto de 2018











                     
                                      Terra de jagunços, coronéis, volantes e cangaceiros. Ninguém sabia, porque não se tinha interesse em dizer qual destes grupos era pior. Hoje, passados alguns anos, olhando-se com os olhos da ciência e isento de prejulgamentos, conclui-se, o cangaço, o menos ruim, o único com os olhos voltados para as injustiças sociais, contrário aos demais que eram grupos de apoio ao statu quo,  às elites e ao poder. Por isto, combatido e criminalizado. Os coronéis, heróis, seus jagunços endeusados, a volante a mesma coisa, embora jagunços e volantes deixasse, por onde passavam, um rastro de sangue e saques, tudo encoberto pela farda e as insignias do Estado.

terça-feira, 14 de agosto de 2018









                                                    Era a turma de Lampião. Não dava ainda pra saber se ele estava no grupo. Lampião tinha estratégia. Dividia seu grupo em  subgrupos. Isto, justamente, dificultava sua captura. De longe gritavam. América, América, tamos chegando, bota água no feijão. E gritavam e riam. E tocavam gaita, o realejo. Nos grupos de lampião, quase todos tocavam um instrumento. Uma pequena orquestra, humanizando-os. Lampião entrou no cangaço na tropa de Sinhô Pereira, que, abandonando o cangaço, o nomeou chefe do bando. Virgulino tanto se aperfeiçoou  no combate e na direção da tropa, tornando-se praticamente  imbatível. Se não fora os traidores, talvez a história fosse diferente. Sim, traidores, foram os pequenos fazendeiros que  recebiam ajuda de Lampião que o traíram. Cangaceiros não se achavam ladrões, tomavam dos mais ricos, muitos  grileiros de terras dos mais fracos,  para se manterem e ajudar  os mais pobres.