Roberto Carlos, carinhosamente chamado de Betinho, apelido de infância, era chegado a um samba de reis. Corria três freguesias com seu pandeiro afinado para cantar sambas, chulas, batuques e martelos. Fazia dupla com qualquer cantador, na primeira ou na segunda, era ao mesmo tempo baixo, barítono e tenor, embora não tivesse muita consciência destas qualidades vocais e muito menos de suas diversas classificações e técnicas. Tocava da cuia à viola e era bom no repique das palmas. Eu vou, eu vou, que mandaram me chamar. Me dê uma lima da limeira de teu pai.
Sambas existiam o ano inteiro, mas de dezembro a janeiro é que choviam convites para festas de reis, comemorado em 6 de janeiro, mas que se estendia por dois meses, celebrando o Deus Menino.
Um dia chegaram cantando lá em casa, de supetão, sem ninguém esperar. "Oh de casa, Oh de fora, `se menino vai ver quem, são os sambadô de reis, e quem mandou foi São José".
Foi muito bonito. Eu já estava dormindo e acordei atordoado com aquele som. Fiquei no meio da sala feito um pateta, as mãos juntas, com vontades de bater palmas, mas com vergonha.
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