Sila, ilda Ribeiro, de Poço Redendo em Sergipe. Eu arrumo minha mala para sair para a rua. Mas Zé Sereno vai se casar comigo. A gente tirava uma pedra e colocava no mesmo lugar, para esconder os rastros. A gente entrava para o cangaço mais pela brutalidade da volante. Lampião não era mal, roubava comida, bode na catinga cujo dono nem se sabia quem e se dividia entre os mais pobres. Nossa comida era dividida. Ninguém fala disto. Cangaço era resistência. Resistência ao coronel. Safados eram. A gente, nem melhor, nem pior que os outros. O fazendeiro roubava o pobre. Na conta na hora do pagamento, na conta de tarefa, quando ia pagar o trabalho. Roubava em tudo e ficava por isto mesmo. Quem reclamasse, cadeia. Lá, tinha mais trabalhador que ladrão. Era sim, o cangaço, uma resistência.
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